sábado, 29 de setembro de 2007

nono~ [é preciso continuar]


Há um bom tempo atrás eu aprendi que não podemos parar a vida por certos acontecimentos... Não importa o quão doloroso eles podem ter sido.
Até hoje eu não sei se queria ter aprendido isso, ou pelo menos aprendido isso dessa forma...
Eu poderia chegar aqui e falar "A vida continua, então vamos esquecer o que passou, e vamos lá!". Mas eu não vou... Pois eu sei que há coisas que acontecem que ficam marcadas.
E que mudam totalmente o jeito de ser de uma pessoa.
Não importa se essa "coisa" é totalmente diferente da conseqüência que traz. Porque talvez isso seja a coisa mais incompreensível de tudo.
Uma perda de algo/alguém muito importante faz com que as pessoas tenham medo de amar de novo, igual costumavam amar aquele "algo".
É doloroso... É doloroso continuar. Mas não vale a pena desistir.
O pior é se sentir presa no medo, e não sentir que pode amar de novo.
Mas é claro que podemos amar de novo, mesmo com os sentimentos "feridos", nós temos a capacidade de amar, e de nos tornamos melhores através dessas perdas.
Só basta saber se nós conseguiremos viver superando (eu digo superar, não esconder) as nossas feridas.

oitavo~ [momentos imaginários]

Na minha cabeça, só consigo lembrar das minhas memórias inventadas.
Alegrias inexistentes, momentos eternos que nunca aconteceram.

Momentos que eu criei para entrarem no lugar da realidade.
Criei, e tornei-os reais na minha cabeça.


E depois de certo tempo, eu começo a acreditar neles.
E por mais que uma parte de mim saiba o que está acontecendo, e saiba que é mentira... Eu me recuso a não acreditar.

E assim eu sinto que estou me perdendo no tempo, como se já não soubesse quem eu fui, e como me sentia.
E estou me tornando alguém que já não sei bem quem é.
É possível eu odiar tanto alguém que eu não conheço? É possível eu odiar tanto alguém sem te um por que exato?

É... mas apesar de tudo sentimentos mudam rápido demais.
mas as marcas do passado, continuam sempre as mesmas, mesmo se não nos lembrarmos delas.

sétimo~


É, talvez eu precise de tudo isso.
Talvez eu precise sentir até as coisas que eu não gostaria, para poder abrir os olhos para outras coisas...
Para coisas lindas, que talvez, eu não pudesse ver se me sentisse de outro modo.

Pode até parece idiota, ou uma grande ironia. mas nesse momento, eu não faço questão de entender nada, só de continuar.
E quem sabe... Daqui para frente, as coisas já não façam mais sentido dentro de mim?

sexto~ [nossa própria liberdade]


Eu acho que a única liberdade que eu preciso... É aquela onde eu mesma me dou "permissão" de sonhar, de sentir, de viver.
Por que "os outros tipos" (por assim dizer) nós conseguimos... Se merecermos e batalharmos.
Mas a liberdade que nós mesmos nos damos, é sempre a mais difícil em alguns casos.

Eu já conheci pessoas que não se dão liberdade de sonhar... Por medo de descobrir que é ilusão.
Não se dão liberdade de sentir... Por que tem medo do que esses sentimentos trazem.
Não se dão liberdade de viver... Por que tem medo de sofrer, ainda mais porque sabem que vão morrer no final.



Mas o que será que dói mais... Se "limitar" por cuidados demais, ou chegar ao final e descobrir que não fez nada? Chegar no fim e se arrepender de não se dar a liberdade de viver?

quarto~ [minha realidade?]


A realidade de cada um é tão diferente, que até me assusta às vezes, sabe?

Eu acho doloroso me fechar um uma só realidade... A minha.
Não acho certo, não gosto e não quero.
Mas talvez não consiga mais mudar isso, há tanto tempo só conheço ela.

Tenho medo de descobrir que a minha realidade não condiz com a "realidade do mundo".

E o pior de tudo é saber que eu inventei tantas coisas, e que eu quis tão fortemente acreditar... Que dentro de mim, elas se tornaram reais.
E mesmo que uma parte de mim saiba que são apenas mentiras, eu ainda me sinto tão bem com elas.



Eu quero sair da minha realidade...
[Define the riddles of my mind.
Nothing is really what it seems.]
(P.O.D. - Sleeping Awake)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

terceiro~ [ego + consciência.]


O ego de cada um já é algo tão complicado, agora quando as pessoas querem juntar isso com uma "consciência limpa" fica tão... falso.
Bom, eu não sou ninguém importante para ficar julgando ninguém aqui (e que isso fique bem claro), mas quem nunca viu aquela pessoa que está na cara que toma certas atitudes só para se sentir bem com a própria consciência?
Eu falo isso por experiência, já que conheço trilhões de pessoas que só se preocupam com elas mesmas, e depois colocam uma foto/montagem no orkut com aquela cara de quem se importa com as merdas que estão acontecendo no mundo... Ai você pensa "eu posso estar sendo precipitada... Vai saber se a pessoa não é assim mesmo, se ela não se preocupa mesmo?", até que cai a ficha... Uma foto/montagem com fotos tristes e reais não muda o mundo! Só te deixa com a consciência leve.
Eu acho que prefiro as pessoas que assumem que estão cagando e andando para o mundo, e só se importam com o próprio nariz... Do que com as que ficam "Olha, eu coloquei uma montagem... Eu me preocupo com o mundo..." e não faz nada!

Booom, mas cada um é cada um, certo?
E que cada um seja o que quiser, fale o que quiser, faça o que quiser... Já que a liberdade de expressão foi "conseguida" (por falta de achar uma palavra melhor) por um motivo, não? Então não podemos desperdiçar essa oportunidade de sermos que quisermos ser... Não importa o quão falso podemos ser ou parecer. Ou nos preocuparmos com pessoas (como eu) que criticam.


Ah, eu não estou na posição de ficar criticando ou julgando (e que, por favor fique claro que eu não estou me achando "a certinha", "a única que se preocupa com o mundo", "a senhora da verdade"... são apenas opiniões, e qualquer um tem o direito de discordar)... Então vou ficar quietinha, e que cada um siga com a sua vida.

sem mais~ [foto by: www.flickr.com/sigurros, bom... eu acho que vale a pena ver as fotos, e as músicas deles também são ótimas!]

primeiro~

"Já fazia um bom tempo que eu queria criar um blog, só não sei por que não criei antes...
Preguiça talvez."

Cá estou, reescrevendo a abertura do meu blog, 5 anos depois do começo de tudo.
Não sei se for a vergonha ou a brusca mudança de quem eu fui e de quem eu sou agora, que me fez ter a coragem de me desfazer dos meus antigos textos - e de toda a bagagem de memórias que eles traziam. A coisa é: muito do que eu já disse não condiz mais com o que eu penso, e por mais que eu ache interessante ver a mudança, não acho que tais pensamentos mereçam espaço aqui. Só gostaria de esclarecer que não faço isso por tentar esconder quem eu fui, mas só por acreditar que isso não condiz com o que eu sou.

Eu tinha 13 anos quando comecei o blog, era uma menina confusa e já me achava certa das coisas. Hoje, com 18, tenho certeza de que não estou absolutamente certa de mais nada. Mas posso dizer que me sinto feliz com a mudança que ocorreu.
Não acho que o que eu queria ser aos 13 anos seja o que sou agora, mas também, não tinha a menor perspectiva do que eu poderia fazer da vida. Mas de certa forma, eu sinto que a Mika-de-13-anos poderia ficar feliz com o que ela se tornou, Eu.
Talvez quando eu tenha 27 anos, também tenha vergonha de quem sou agora, mas por enquanto posso dizer que estou feliz tentando ser o que desejo. Estou feliz por poder mudar e sempre me tornar melhor - pelo menos no presente momento.

E um viva para as melhores mudanças! E que muitas mais venham...

(Algumas postagens eu deixarei, pelo valor sentimental ou por ainda acreditar em tais palavras. E não as editarei, mesmo com erros - nossa, como eu adorava colocar vírgula em tudo, até no meio da sentença, haha - pois não quero modificar o meu modo de escrita anterior com o meu modo de escrita atual.)