domingo, 8 de agosto de 2010

sexagésimo quinto ~

Procuro minha inspiração, alguém sabe em que canto a deixei? Já procurei atrás da porta e debaixo da cama, e não acho em lugar algum.
Talvez tenha esquecido a entre um sentimento calado e outro. Talvez ela tenha ficado acanhada depois de tantos sentimentos que engoli rapidamente para que não saíssem de mim. Será que não voltará mais? Será que a assustei para longe daqui?
Como poderei, então, vomitar meus sentimentos mastigados? Tenho necessidade que saiam de mim, são pesados, mas não sei como dizer em palavras algo que nem na minha cabeça posso formular. Uma lágrima e um sorriso não poderão dizer tudo o que eu sinto.

Procuro minha inspiração em algum canto. Vou sair por ai, atrás de toda flor e cor que possa ter roubado-a de mim. Dou minhas dores e meus amores em troca.
Mas e se eu não achar, como posso tirar tais sentimentos de mim?
Grito, danço, esperneio. Posso correr de um lugar a outro, mas estes sentimentos continuarão a me assombrar se não tirá-los daqui.
Por isso peço candidamente, se você achá-la, traga de volta. Talvez ela esteja em um beijo, um choro ou um riso, mas sei que está por ai.
Se ela se perdeu na ingenuidade de um sentimento bonito, sei que voltará a mim com belas histórias a contar, e eu me sentarei e ficarei maravilhada com todas as coisas que ela tem a dizer.

Onde estará? Quanto mais a procuro, mais perdida me sinto. Talvez, se eu tentasse não procurá-la com tanto fervor ela viesse a mim. Singelamente, ela viria a mim e faria eu me sentir bem novamente. Delicada, ela me faria chorar e sorrir. Assim, da maneira mais pura e simples, ela faria eu me sentir bem novamente. Prefiro ter sentimentos extremos a não sentir nada.
Quando ela voltar, sinto que as coisas voltarão a fazer sentido. Talvez assim eu possa decifrar-me e parar de omitir sensações - quem saiba até pare de fingir sentir o que não sinto.

(por algum motivo muito aleatório, eu sou totalmente apaixonada por essa foto. Ainda me pergunto no que ela estaria pensando...)