quinta-feira, 13 de agosto de 2009

trigésimo sexto~

(Long Hard Road Out of Hell - Marilyn Manson)
sério, se você escutar essa música, esse texto faz bem mais sentido...
[Mente corrompida];

Estou assustada, esse sentimento e essa vontade de destruição se apossam de mim, jogar tudo para o chão, jogar tudo para o alto.
Ah, ah, você acha que pode me salvar? Não, não preciso da sua ajuda, estou ótima, não seja equivocado, quem precisa de ajudar é você.
Veja, você consegue notar como meus dedos cravam a tua pele? Sente o sangue descendo a tua silhueta? O que acha disso?
Na sua cabeça, isso faz sentido? Não? Sinto muito, você está longe demais da minha verdade. Entende agora?

Não, é claro que não, e nunca vai entender.
Será que você pode parar de pensar nisso e começar a pensar em coisas menos desconfiguradas? Vamos, dê aquele sorriso, arrume-se e finja fazer parte de tudo isso, dói demais, não é? Agora você começa a entender...
Não tenha medo de tudo isso, com o passar do tempo nada mais vai fazer sentido e você não terá mais perguntas... E mesmo se fizesse, nunca acharia as respostas.
Covarde, não fuja, não tem como escapar mesmo, o caminho para a sua destruição é bem menor do que o que te faz ter uma consciência limpa. Meus pêsames.

Sua alma ainda está no mercado? Quanto está valendo agora? Vale a dor de viver sendo ninguém?
Ainda pode manipular a realidade como fantoches? Não... Não a mim, já sei dos teus joguinhos, e acredite, isso terá volta... Talvez seja você quem nunca percebeu como a realidade pode se voltar contra você.

Cuidado, você já ultrapassou a linha da sanidade, e é ai que vai apodrecer, como já fez com muitos outros. Qual é o sabor do teu veneno? Espero que aprecie-o, já que é tudo o que tem agora.

E agora a porta se fecha atrás de ti. Um dia você imaginou que acabaria no seu pesadelo? Espero que se divirta ai, sei que tem vários esqueletos no teu armário que adorariam te fazer companhia. Viu, você nunca está sozinho, sempre terá a si mesmo... E tua insanidade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

trigésimo quinto~


[É melhor ser solitário... junto.]
Sente-se aqui, olhe para mim, o que você vê?
Não ouse quebrar a barreira do silêncio, não precisamos de palavras, só de uma companhia na solidão.
Fique do meu lado, finja se importar, não pergunte intimidades, não fale-me de sua vida, não precisamos disso, não é?
Diga atrocidades do mundo, diga que a moça atravessou a rua em segurança, dê esperanças para um coração solitário, mas não cutuque-o.
Vire o olhar, finja não se importar, não posso te ajudar.
É a tua parada, vá embora sem dizer adeus, sem olhar para trás, espero que tua solidão tenha chegado a um fim, desejo que seja feliz...

Mas não volte aqui, não aguentaria a solidão novamente.


''Don't come closer or I'll have to go''
(Eddie Vedder - Guaranteed)
''Have no fear For when I'm alone I'll be better off than I was before (...) I am falling safely to the ground''
(Eddie Vedder - Long Nights)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

trigésimo quarto~

(A partir do texto Estorvo, de Chico Buarque, os alunos do Primeiro Colegial tiveram que escrever uma narrativa sobre a dúvida do personagem que se encontrava em tal situação)

Meu Deus, que horas são? O dia ainda nem clareou! Ouço um barulho ao longe, mas meu estado sonolento não me permite identificar o que é. Sento na cama e ouço o tal barulho novamente, a campainha.
Levanto e cambaleando me dirijo até a sala. Procuro um roupão e eventualmente um relógio... Ah, quatro da matina, quem será a essa hora?
Pego o roupão. Ouço novamente o barulho e isso começa a me irritar. “Pare de me apressar!’’, é o que eu tenho vontade de gritar. ‘’Já estou indo, caramba!’’. Chego na sala, chego na porta e pelo olho mágico vejo pouco mais que a silhueta de um homem alto e magro. Não vejo seu rosto, mas vejo que tem cabelos pretos e esvoaçantes. Busco em minha memória alguém que se pareça com essa figura parada na frente da minha porta... A campainha me tira dos meus pensamentos, ouço a tocar por mais um tempo e o homem parece impaciente.
Devo abrir ou devo fingir que não tem ninguém em casa? Afinal, eu me encontro sozinha, sonolenta, às 4 da manhã com um desconhecido insistente em minha porta. Devo me arriscar a abrir? Nunca fui uma pessoa muito corajosa, e também não me acho forte, sei que não teria sorte caso precisasse lutar com esse homem. “Minha única forma de escapar seria usando o abajur, mas está do outro lado da sala, nunca chegaria a tempo...’’ penso, enquanto reparo como estou ficando paranóica, não pode ser nada tão sério assim, não sei por qual motivo alguém gostaria de me matar.
A curiosidade começa a tomar conta de mim e me deparo com a minha mão na fria maçaneta e isso faz com que suba um arrepio pela minha espinha. Paro. Paro e penso se devo continuar o movimento. Desisto. ‘’Que covarde eu sou!’’ penso, e logo recuo em pequenos e silenciosos passos.
Não ouço a campainha, será que desistiu? Não ouso ir até a porta para checar, então me viro e vou em direção ao quarto. Passo pelo relógio, e vejo aqueles números brilhando em verde-limão... 4:10.
Volto para o quarto, volto para a cama e tento voltar para o sonho. Fico pensando naquela silhueta. Fecho os olhos e espero dormir logo. Não quero mais supor o que seria aquele homem. Prefiro pensar que foi engano e nada mais.
Viro de lado e durmo esperando ouvir, daqui a algumas horas um barulho ao longe, mas dessa vez espero que seja só o meu despertador.

É velho, é estranho, não tem uma boa note e não tem um bom final, mas eu ainda gostei dele...