quarta-feira, 8 de julho de 2009

trigésimo segundo~ [Seu Agulha e Srta Dedo]

- Ah, Senhor Dedal, peço-lhe licença. Estás no meu caminho e gostaria de ter uma prosa com a Srta. Dedo - disse Seu Agulha.
-Peço que me desculpe, mas não posso sair. Estou aqui como proteção para a Srta. – respondeu, sempre educado, o Senhor Dedal.
- Mas oras, diga-me de quem deves proteger a doce Srta., que eu vos ajudo.
- Protejo a Srta de você.
- Mas que atrevimento. Posso saber por que tamanha falta de respeito?
- Mas serás cego? Não vês que toda vez que o Sr. toca na Srta., ela sai toda machucada?

- Como estou na história, vou agora opinar, e com vossa permissão, gostaria de argumentar, para que assim tu entendas. Sou frágil e delicada, e qualquer interação com o Sr., eu saio toda machucada. Sei que não és mau, mas precisas entender que não posso interagir com você. Isto não é normal e sei que agora podes compreender.
- Pois bem, eu entendo perfeitamente, vou conversar com a Dona Linha que está sempre presente. Aonde eu vou, ela vai atrás, e quem sabe este não seja o começo de algo. Espero que a Srta. um dia me perdoe, nunca foi minha intenção te machucar, e agora nossa amizade vai acabar.

E foi-se embora, sem olhar para trás (somente para os lado),
com sua nova amante,
buraco por buraco afastando-se daquela que antigamente procurava adiante.

E a antiga enamorada, que continuava machucada;
não pela interação,
mas sim pela falta que seu amor fazia no coração.


(texto inspirado na maravilhosa Rita Apoena, do blog Jornal das Pequenas Coisas)

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