domingo, 6 de fevereiro de 2011

sexagésimo nono ~

http://www.youtube.com/watch?v=AvJKVKglIRs


É um sentimento tão forte que eu já não consigo sentir.

Sinto apenas meu estômago revirando, minhas mãos suando e a sensação de estar olhando diretamente para o abismo que se abriu nesse momento. Entorpecida, não sinto nada, quase como se estivesse paralisada.
Vontade de arrancar-me a pele, apenas para sentir a dor... Sentir que ainda estou viva. Vontade de sentir o sangue quente descendo, só para ter a certeza. Olhar nos seus olhos e te fazer sentir também, tudo o que eu não consigo mais. Vontade de sentir dor, apenas para continuar vivendo.

Em que ponto consegui chegar, onde tudo o que eu sentia parece não ser suficiente. Onde nem mesma eu acredito em mim. Onde tenho a impressão de estar à deriva da minha própria vida, seria isso possível?
O sono se esvai e o medo se instala. Pelo menos já começo a sentir algo, mesmo que dolorosamente real. Isso me dá a sensação da vida correndo pelas veias novamente. A sensação de viver finalmente.
O coração pulsa acelerado, minhas mãos tremem e sinto ânsia. Não posso negar nem fingir o que não sinto, mas como poderei nomear algo tão abstrato? Não vejo necessidade de dizer o que sinto, apenas que seja real.

A letargia passa e o medo começa. Eu permaneço, mesmo que não seja a mesma. Eu permaneço, mesmo que doa.
Eu permaneço porque é aqui que quero estar.

(Por ter sido escrito em dois momentos diferentes, com sentimentos diferentes, o texto se perde no meio e eu sei disso... Mas enfim, vai ficar assim mesmo.)

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"Don't forget me, I beg, I'll remember you said:
"Sometimes it lasts in love but sometimes it hurts instead".
(Adele - Someone like You)

Um comentário:

Amanda Arrais disse...

'Vontade de sentir dor, apenas para continuar vivendo'

Já pensei isso. Não sentir nada às vezes é uma quase morte.

E Someone like you da Adele é PERFEITA! O cd inteiro, né?

=*