terça-feira, 11 de agosto de 2009

trigésimo quarto~

(A partir do texto Estorvo, de Chico Buarque, os alunos do Primeiro Colegial tiveram que escrever uma narrativa sobre a dúvida do personagem que se encontrava em tal situação)

Meu Deus, que horas são? O dia ainda nem clareou! Ouço um barulho ao longe, mas meu estado sonolento não me permite identificar o que é. Sento na cama e ouço o tal barulho novamente, a campainha.
Levanto e cambaleando me dirijo até a sala. Procuro um roupão e eventualmente um relógio... Ah, quatro da matina, quem será a essa hora?
Pego o roupão. Ouço novamente o barulho e isso começa a me irritar. “Pare de me apressar!’’, é o que eu tenho vontade de gritar. ‘’Já estou indo, caramba!’’. Chego na sala, chego na porta e pelo olho mágico vejo pouco mais que a silhueta de um homem alto e magro. Não vejo seu rosto, mas vejo que tem cabelos pretos e esvoaçantes. Busco em minha memória alguém que se pareça com essa figura parada na frente da minha porta... A campainha me tira dos meus pensamentos, ouço a tocar por mais um tempo e o homem parece impaciente.
Devo abrir ou devo fingir que não tem ninguém em casa? Afinal, eu me encontro sozinha, sonolenta, às 4 da manhã com um desconhecido insistente em minha porta. Devo me arriscar a abrir? Nunca fui uma pessoa muito corajosa, e também não me acho forte, sei que não teria sorte caso precisasse lutar com esse homem. “Minha única forma de escapar seria usando o abajur, mas está do outro lado da sala, nunca chegaria a tempo...’’ penso, enquanto reparo como estou ficando paranóica, não pode ser nada tão sério assim, não sei por qual motivo alguém gostaria de me matar.
A curiosidade começa a tomar conta de mim e me deparo com a minha mão na fria maçaneta e isso faz com que suba um arrepio pela minha espinha. Paro. Paro e penso se devo continuar o movimento. Desisto. ‘’Que covarde eu sou!’’ penso, e logo recuo em pequenos e silenciosos passos.
Não ouço a campainha, será que desistiu? Não ouso ir até a porta para checar, então me viro e vou em direção ao quarto. Passo pelo relógio, e vejo aqueles números brilhando em verde-limão... 4:10.
Volto para o quarto, volto para a cama e tento voltar para o sonho. Fico pensando naquela silhueta. Fecho os olhos e espero dormir logo. Não quero mais supor o que seria aquele homem. Prefiro pensar que foi engano e nada mais.
Viro de lado e durmo esperando ouvir, daqui a algumas horas um barulho ao longe, mas dessa vez espero que seja só o meu despertador.

É velho, é estranho, não tem uma boa note e não tem um bom final, mas eu ainda gostei dele...

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