- Ah, Senhor Dedal, peço-lhe licença. Estás no meu caminho e gostaria de ter uma prosa com a Srta. Dedo - disse Seu Agulha.
-Peço que me desculpe, mas não posso sair. Estou aqui como proteção para a Srta. – respondeu, sempre educado, o Senhor Dedal.
- Mas oras, diga-me de quem deves proteger a doce Srta., que eu vos ajudo.
- Protejo a Srta de você.
- Mas que atrevimento. Posso saber por que tamanha falta de respeito?
- Mas serás cego? Não vês que toda vez que o Sr. toca na Srta., ela sai toda machucada?
- Como estou na história, vou agora opinar, e com vossa permissão, gostaria de argumentar, para que assim tu entendas. Sou frágil e delicada, e qualquer interação com o Sr., eu saio toda machucada. Sei que não és mau, mas precisas entender que não posso interagir com você. Isto não é normal e sei que agora podes compreender.
- Pois bem, eu entendo perfeitamente, vou conversar com a Dona Linha que está sempre presente. Aonde eu vou, ela vai atrás, e quem sabe este não seja o começo de algo. Espero que a Srta. um dia me perdoe, nunca foi minha intenção te machucar, e agora nossa amizade vai acabar.
E foi-se embora, sem olhar para trás (somente para os lado),
com sua nova amante,
buraco por buraco afastando-se daquela que antigamente procurava adiante.
E a antiga enamorada, que continuava machucada;
não pela interação,
mas sim pela falta que seu amor fazia no coração.
(texto inspirado na maravilhosa Rita Apoena, do blog Jornal das Pequenas Coisas)
quarta-feira, 8 de julho de 2009
trigésimo primeiro~
Sentada;
esperando...
e quem sabe o sol sair.
Esperava a carta que nunca chegou
e com ela o sentimento nunca dito.
Esperava, talvez, algo nunca chegaria;
e o que já estava lá e somente ela não sabia.
Ela esperava também o que não tinha direito de pedir;
e esperava ser tudo o que um dia pediram.
Ela, sentada, esperava o fim;
para que assim pudesse finalmente recomeçar.
Recomeçar tudo.
Recomeça-la.
Mas enquanto isso ela continuava sentada;
esperando...
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