segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

sexagésimo oitavo ~


http://www.youtube.com/watch?v=LWIbTYLNezQ


Olhe para mim e diga que é fácil sorrir mesmo com tudo isso. Por favor, tudo o que eu te peço é que você olhe para mim e me veja como ser humano, não apenas mais uma a ser manipulada.
Não aguento mais, e nem me permito aguentar tudo o que acontece. Não vou me perder entre meus sentimentos antigos, e meus rancores atuais. Faço isso por nós. Apenas, por favor, não ouse me tratar assim, não ouse fingir que você não vê.
Não posso mais ficar guardando esses sentimentos amargurados, mas como poderia esquecê-los, se você apenas os intensifica? Por favor, deixe-me para que eu possa te amar. Deixe-me para que eu consiga voltar ao que era, sem ódio, sem rancor, sem dor.
Não venha a mim com suas verdades absolutas, apenas para arrancar lágrimas e dilacerar sonhos. Não acredito nas suas verdades, assim como você não escuta as minhas. Nunca pensei que pudéssemos chegar aqui.
E agora, o que fazer? Devemos ignorar cada briga, e apenas segurar nossas palavras dentro de nós, para que, futuramente, joguemos as na mesa - ou talvez nas nossas próprias caras? Ou quem sabe devemos ignorar o que somos, e quem somos, sendo apenas pessoas distantes? Será isso o melhor a ser feito? Será a ignorância a melhor resposta?
Prefiro estar errada - como nunca ousei estar. Preciso estar errada. Como poderei acreditar que tudo o que éramos é passado? Poderá ignorar-me de tal forma? Prefere sempre estar certo então?
Eu não posso acreditar que aquela pessoa que eu tanto me espelhava não existe mais. Não posso acreditar que você se foi, e tudo o que restou foram as brigas e as ofensas não proferidas. Será que você se incomoda tanto quanto eu?
Por favor, não suma. Sinto falta de quem você era, não suporto quem você insiste em ser. Não suporto o que nós fizemos conosco, mas também não irei aceitar sufocar sozinha. Se me fere, também será ferido.

Por favor, volte a ser quem era. Eu prometo me esforçar também. Não me machuque mais e prometo não gritar e fingir te odiar.
Por favor, não finja me esquecer.



"O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível."
(Adélia Prado)